terça-feira, 25 de janeiro de 2022

 

Minaspetro “empurra” negociação salarial dos frentistas para 2022

Sindicato patronal quer reduzir adicional de hora extra, acabar com a gratificação de férias, restringir a gratificação de “quebra de caixa”, reajustar em apenas 4,77% os salários e a cesta básica e estabelecer PLR de apenas R$ 100,00

O presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, voltando da 4ª reunião com a Comissão Negociadora do MINASPETRO, realizada na sede do Sindicato patronal, em Belo Horizonte, no dia 15 de dezembro, mostra a frentistas de um posto situado em Santos Dumont a ata da reunião.

 

O Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região – SINTRAPOSTO-MG (que representa os empregados dos postos de gasolina, lojas de conveniência, lava-rápidos, estacionamentos e garagens da Cidade e da Região) e as outras entidades sindicais que representam os demais empregados dos postos de gasolina de Minas Gerais se reuniram mais uma vez com o Sindicato patronal para negociação da pauta de reivindicações dos frentistas.

Atuando em conjunto em negociação coletiva com pauta unificada, as entidades realizaram no dia 15 de dezembro a quarta rodada de negociação com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (MINASPETRO), objetivando a celebração da nova Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.

A reunião, realizada na sede da entidade patronal, em Belo Horizonte, começou com quase uma hora de atraso e durou exatamente uma hora, mas não produziu resultado positivo para o encerramento da campanha salarial da classe.

Os representantes dos trabalhadores rejeitaram a contraproposta patronal por entenderem que, como afirmou o presidente do SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, “todas as contrapropostas do MINASPETRO apresentadas nas quatro rodadas de negociação, principalmente nesta quarta reunião, não atendem às mínimas necessidades dos frentistas e representam mais arrocho salarial, sendo que a proposta apresentada na quarta reunião chega a ser até indecente e absurda porque pretende retirar direitos trabalhistas já conquistados pelos Sindicatos, além de significar mais arrocho salarial, razão pela qual foi rejeitada e até veementemente repudiada por todos nós, representantes dos trabalhadores”. Segundo Guizellini, “já tivemos quatro reuniões, mas ainda não recebemos nenhuma proposta digna de aceitação”.

Na quarta rodada de negociação, o Sindicato patronal apresentou proposta de redução do adicional de hora extra da classe, baixando-o de 60% (percentual previsto na última Convenção Coletiva de Trabalho da categoria) para 50%, mesmo percentual previsto na Constituição Federal como garantia mínima.

Além disso, a entidade patronal quer acabar com a gratificação de férias prevista na última Convenção; restringir a gratificação de “quebra de caixa” de 10%, tornando-a um direito devido apenas pelos dias efetivamente trabalhados na função de caixa; aplicar o índice de apenas 4,77% para o reajuste dos salários da categoria e o mesmo índice para o reajuste do atual valor da cesta básica de alimentos, que passaria, então, a ser de R$ 141,09; e estabelecer o valor de apenas R$ 100,00 para a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da empresa.

Para não haver aglomeração de pessoas, em observância aos protocolos de segurança de prevenção à Covid-19, as reuniões têm sido realizadas com presença de número reduzido de pessoas e cumprimento de outros protocolos de segurança, como, por exemplo, o uso obrigatório de máscaras. E além de presenciais, as reuniões têm sido também virtuais, com a participação por videoconferência de vários representantes de outras entidades de frentistas deste Estado.

Iniciada no dia 17 de agosto, quando foi realizada a assembleia geral da categoria que aprovou a pauta de reivindicações dos trabalhadores que está sendo negociada com o MINASPETRO, a campanha salarial da classe ainda vai demorar mais porque a entidade patronal “amarrou e empurrou a negociação para o próximo ano”, segundo o presidente do SINTRAPOSTO-MG, que acrescentou: “Isso acontece todo ano. É sempre assim. Todo ano a história se repete. Então, os frentistas já estão acostumados com isso? Não! Estão, isto sim, cansados disso!”.

Desde o dia 26 de outubro, quando houve a primeira rodada de negociação, o SINTRAPOSTO-MG e as outras entidades sindicais que representam os demais empregados dos postos de gasolina deste Estado já realizaram quatro reuniões com o MINASPETRO para negociação da pauta que foi entregue ao Sindicato patronal em agosto, ou seja, com muita antecedência, já que a data-base da categoria (ou seja, a ocasião de reajuste salarial e concessão de outros benefícios aos trabalhadores com a celebração da nova Convenção Coletiva de Trabalho da categoria) é 1º de novembro.

Diante da dificuldade de acordo, a reunião foi encerrada sem uma definição. As entidades resolveram marcar nova rodada de negociação. Os representantes dos frentistas queriam que a nova reunião fosse agendada para os próximos dias, mas o MINASPETRO disse que só podia se reunir novamente com a bancada dos trabalhadores no próximo mês. Assim, ficou tudo para 2022, tendo ficado agendado novo encontro para o dia 11 de janeiro.


FONTE JORNAL O COMBATE