Frentistas e clientes de postos
correm risco de morte Posto foi assaltado duas vezes em menos de uma semana |
Em entrevista ao jornal “O Combate”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região - SINTRAPOSTO-MG, Paulo Guizellini, avaliou a Assembleia Geral Extraordinária realizada pelo Sindicato no dia 9 de setembro para tratar da questão da onda de assaltos a postos de combustíveis na Cidade. Ele considerou “muito positivo” o resultado da assembleia, salientando que “foi uma ótima oportunidade para os frentistas e a direção do Sindicato trocarem experiências, informações e ideias sobre o assunto”.
O sindicalista voltou a dizer que está muito preocupado com a integridade física de todos os frentistas, mas principalmente daqueles que trabalham à noite, quando os assaltos são mais frequentes. E ressaltou que a entidade vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a onda de assaltos a postos de combustíveis em Juiz de Fora seja contida o mais depressa possível. “O crescimento assustador do número de crimes desse tipo na Cidade justifica a adoção urgente de uma série de medidas que sejam capazes de conter essa onda de assaltos, sendo que isso deveria causar enorme preocupação a todos, e não só a nós, frentistas, pois essa escalada da violência está pondo em risco a saúde e a vida não só dos trabalhadores, mas também dos transeuntes e clientes dos postos de combustíveis, como aconteceu recentemente, por exemplo, num posto situado na Avenida Deusdedit Salgado, onde um empresário e outro homem também foram vítimas dos bandidos” – afirmou Guizellini.
Realmente, isso aconteceu na noite de 17 de setembro. Poucos minutos depois das 20h daquela quinta-feira, três ladrões encapuzados e armados com revólver chegaram ao posto de combustíveis, que fica na Avenida Deusdedit Salgado, no Bairro Salvaterra, Zona Sul, e anunciaram o assalto, rendendo dois frentistas, de 27 e 30 anos. Os bandidos apontaram suas armas na direção das vítimas e desferiram coronhadas contra um terceiro homem, de 31 anos, que se encontrava no local. Os larápios roubaram R$ 800 do caixa do posto, e mais a carteira, com cartões e documentos, de um empresário, de 51 anos, cujo veículo estava sendo abastecido. Quando a Polícia Militar chegou ao local, o homem agredido e o cliente assaltado não estavam mais lá. Os policiais fizeram rastreamento na região, mas não encontraram os assaltantes.
Seis dias depois desse violento assalto que vitimou, além dos dois frentistas, um terceiro homem e um empresário, esse mesmo posto de combustíveis voltou a ser alvo de ladrões.
O novo assalto ao posto situado na Avenida Deusdedit Salgado ocorreu por volta das 20h30 de quarta-feira, 23 de setembro, quando dois frentistas, de 23 e 30 anos, foram rendidos. Com um facão, com cerca de 50cm de lâmina, os bandidos ameaçaram as vítimas e anunciaram o assalto. Em seguida, levando dinheiro, fugiram de bicicleta por uma estrada vicinal de acesso ao Bairro Sagrado Coração de Jesus, sendo perseguidos em um trecho por um terceiro frentista. A Polícia Militar foi chamada e conseguiu deter os suspeitos, dois adolescentes, de 16 e 17 anos, que ainda tentaram se livrar de parte do dinheiro roubado. O facão foi apreendido, e R$ 287 foram recuperados. Segundo a PM, os adolescentes confirmaram a participação no roubo e foram conduzidos, juntamente com seus responsáveis, para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
Para Guizellini, “essa questão é muito grave e está a exigir a tomada urgente de medidas preventivas de segurança por parte dos donos dos postos de combustíveis, para inibir a ação de bandidos e potencializar a segurança nos postos de gasolina da Cidade, não só por causa da necessidade de se proteger os frentistas em seu local de trabalho, o que é uma obrigação legal do empregador, mas também porque, além dos frentistas, os próprios clientes dos postos também estão correndo sérios riscos de morte, o que provavelmente fará com que os clientes deixem de abastecer seus veículos nos postos assaltados”.
Finalizando, Guizellini voltou a alertar os frentistas a não reagirem a assalto e nem perseguirem bandido. “Os frentistas não devem reagir quando forem abordados por ladrões, pois a reação a assalto é sempre muito perigosa. Além disso, os frentistas não podem e não devem perseguir e nem identificar bandido. Isso não faz parte das funções do frentista. Isso é muito perigoso e é função da Polícia, que é preparada e treinada para tanto. Vale lembrar que a orientação da Polícia Militar é exatamente esta” – salienta o sindicalista.
FONTE : JORNAL O COMBATE
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Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Juiz de Fora e Região